quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Existência


Mais uma vez deixo-me afastar pela agitação,
Que sopra forte, neste desfecho de tarde,
E que me embala num banho de sol frígido
Como uma noite passada ao relento.

Meu ser, assenta nessa infinidade
E as minhas vistas já espelham esse pesar

Mas avança…
Alivia esse alento, Existência!
Deixarei de sentir as feridas,
E não vou voltar a aguardar inquieta
Pelo teu princípio!

Porque amanhã, o sol dançará com outra lua, noutro cosmos…
Ana Mateus

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Ligeira


Hoje caminho, mais leve,
Desenleando-me do fardo que esta vida tem,
Porque não me reduzo ao que revelo
ou me confronto com o que abono,
Não me limito ao que valho ou ao que me confino.

Admito que só tenho um dom,
Mas não tolero que me vejam assim,
Porque não dou sentido aos louvores errados...

Assumo o domínio e a audácia,
E afirmo-me outra, mais forte.

Comprometo-me às estéreis vergonhas,
Mas acalmo-me no peso da vida.

Inspiro-me nos figurinos reais,
Aqueles que me esclarecem que pouco me falta.

Sou agradecida por tudo o que gozo
E o que eu quero antes de tudo é assimilar a vida,
Apaixonada por mim,
com reconhecimento e sem reclamações!

Ana Mateus

quinta-feira, 5 de março de 2009

Entre o Cinzento e Branco



Chssss… Ouves?

Aquelas promessas que se repetem
E que ainda não as satisfiz?
Larga-as!

Outro tempo estreou,
E sem me arruinar nas horas e nos dias,
Atentei ao silêncio que ainda dura em mim,
Olhando aquele rio por onde a vida se inunda.

O luar já banha este lado,
Onde me vou recordar
Que já não és senão como te sofro…

Porque é difícil ser o nada, quando já fui tudo,
Por isso, agora só quero um lugar em mim!
Ana Mateus